Bolsonaro: Gravação da reunião apontada por Moro é entregue ao STF
O Supremo Tribunal Federal – STF recebeu a gravação de uma reunião que Sérgio Moro citou em depoimento que acusa o presidente Jair Bolsonaro.
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Nesta sexta-feira, 08 de maio, o Supremo Tribunal Federal – STF recebeu a gravação de uma reunião apontada por Sérgio Moro, ex-ministro de justiça. Contudo, o ministro Celso de Mello decretou que se mantenha sigilo, temporariamente, quanto ao material que o governo de Jair Bolsonaro entregou.
De acordo com a Advocacia Geral da União – AGU, o material entregue ao Supremo foi íntegro. Vale lembrar que Celso Mello determinou o prazo de 72 horas para Jair Bolsonaro disponibilizar a gravação.
A demissão de Sérgio Moro foi anunciada no dia 24 de abril. Na ocasião, o ex-ministro acusou o Bolsonaro de estar tentando interferir na Polícia Federal. Em decorrência das declarações de Moro, a Procuradoria Geral da República solicitou, bem como o STF deu início a um inquérito para que se investigue as acusações.
Entretanto, segundo informações obtidas no G1, anteriormente à entrega das gravações da reunião referida por Moro, a AGU chegou a:
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- pedir a Celso de Mello que reconsiderasse a ordem dada ao governo para encaminhar o material à Corte;
- solicitar que somente uma parte dos registros, que tivessem relação com o inquérito, fosse disponibilizada;
- pedir ao STF que estabelecesse previamente as autoridades responsáveis pela guarda do material.
Mais sobre o inquérito que envolve Jair Bolsonaro

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Ao realizar os pedidos, o ministro da AGU, José Levi Mello do Amaral Júnior, apresentou a argumentação de que, na reunião supracitada, ocorrida em 22 de abril “foram tratados assuntos potencialmente sensíveis e reservados de Estado, inclusive de relações exteriores, entre outros”.
Neste caso, devido à realização do pedido ao STF, ficou evidente que a AGU reconhecia a existência do vídeo solicitado. Bem como, Bolsonaro também mencionou o vídeo em uma de suas conversas com jornalistas. Visto que afirmou ter solicitado autorização aos ministros participantes da reunião para que o conteúdo fosse divulgado.
“Eu comecei hoje a reunião de ministros pedindo uma autorização para eles, porque a nossa reunião é filmada. E fica no cofre lá, o chip. Eu falei ‘senhores ministros, eu posso divulgar o que eu falei na última reunião de ministros?’. Ninguém foi contra. Eu falei, tá certo”, afirmou Jair Bolsonaro na ocasião.