A decisão do Partido Liberal (PL) de indicar Eduardo Bolsonaro para a presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados gerou forte repercussão em Brasília.
A escolha representa uma vitória da direita e um revés para o Partido dos Trabalhadores (PT), que tentou barrar a indicação sem sucesso.
PL faz valer sua maioria e escolhe Eduardo Bolsonaro
O presidente da Câmara, Hugo Mota, confirmou que não haverá interferência na decisão do PL, que, por ser a maior bancada da Câmara com 90 deputados, tem o direito de escolher as comissões de sua preferência.
O partido optou por comandar a Comissão de Relações Exteriores, que agora terá Eduardo Bolsonaro à frente.
A escolha foi respaldada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que demonstrou total apoio ao filho. A expectativa é que a decisão seja anunciada oficialmente por Hugo Mota na próxima semana.
Reação da esquerda e tentativa de barrar a nomeação
A decisão foi vista como uma derrota estratégica para o PT, que chegou a cogitar abrir mão de outras comissões em troca da de Relações Exteriores. No entanto, o esforço do partido não surtiu efeito.
Como resposta, parlamentares de esquerda solicitaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) a apreensão do passaporte de Eduardo Bolsonaro. O pedido se baseia na argumentação de que o deputado estaria “traindo a pátria” ao fazer críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em eventos nos Estados Unidos.
O Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, chegou a agendar uma reunião com Luciano Zucco, líder da oposição, para discutir o pedido. No entanto, o encontro foi desmarcado e deve ocorrer em uma nova data.
Estratégia de Bolsonaro para 2026
Jair Bolsonaro tem trabalhado para fortalecer seus filhos no cenário político. Tanto Flávio Bolsonaro quanto Eduardo Bolsonaro têm sido posicionados estrategicamente em comissões importantes com o objetivo de se tornarem nomes fortes para a sucessão presidencial em 2026.
Caso a inelegibilidade de Jair Bolsonaro seja mantida, os filhos do ex-presidente aparecem como os principais substitutos. Essa movimentação enfraquece a possibilidade de nomes como Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, assumirem a liderança da direita.
Na sua última declaração, Jair Bolsonaro reforçou que Tarcísio disputará a reeleição ao governo paulista, abrindo espaço para que seus filhos ganhem mais protagonismo nacional.
O que esperar das próximas semanas?
A oficialização da escolha de Eduardo Bolsonaro deve ocorrer nos próximos dias. A oposição promete continuar pressionando para reverter a decisão, mas o PL já deixou claro que não abrirá mão da nomeação.
A disputa política segue acirrada, e os desdobramentos dessa decisão podem influenciar diretamente os rumos da eleição de 2026.