A sociedade moderna é composta por uma série de mudanças de hábitos que levaram a diminuição do contato à micróbios e demais exposições que fazem as crianças crescerem saudáveis.
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Um dos maiores problemas modernos é a mania de limpeza e a reclusão em apartamentos.

Esse hábito de vida acaba por não permitir que o sistema imunológico (responsável pela defesa do nosso organismo) se desenvolvo com robustez.
Várias pesquisas apontam para a necessidade das crianças de se sujarem, brincarem ao ar livre, estar em contato com animais de estimação.
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Pois crianças precisam de micróbios para estimular sua imunidade e conferir mais saúde em seu desenvolvimento.
E ao contrário do que pensam, impedir as crianças de andarem descalças, tocar o chão, terem animais de estimação e estarem ao ar livre, prejudica a saúde.

Levando-as a desenvolver alergias, mais sensibilidade a micróbios e doenças como viroses e gripes, além de ingerirem muitos remédios e antibióticos que são altamente prejudiciais a saúde.
Porém, isso não quer dizer que é para cortar todos os hábitos de higiene pessoal, lavar as mãos antes das refeições é essencial, mas viver as lavando já é um problema.
É o que aponta a microbiologista Marie-Claire Arrieta, coautora do livro Let Them Eat Dirt: Saving Our Children from an Oversanitized World (algo como “Deixe que comam sujeira: salvando nossos filhos de um mundo superhigienizado“).
Segundo ela, desinfetantes para mãos, sabonetes bactericidas e antibióticos estão sendo usados em excesso para proteger as crianças dos micróbios, mas estas substâncias podem fazer mais mal do que bem.

Em entrevista ao blog The Star, Marie-Claire, que atua como professora na Universidade de Calgary, explica que estuda os micróbios que vivem em nosso intestino e as pesquisas mais recentes neste campo indicam que a saúde deste bioma durante a infância é crucial para o restante de nossa vida.
A autora esclarece ainda que os micróbios são os responsáveis pelo desenvolvimento do nosso sistema imunológico – sem eles, o organismo humano não seria capaz de se defender de infecções.
Ela esclarece a possível relação entre os micróbios e o desenvolvimento de diversas condições de saúde, que englobam desde alergias até autismo, através do que tem sido chamado de “hipótese da higiene”.
“A hipótese da higiene tenta explicar por que as alergias, assim como a obesidade, as doenças inflamatórias intestinais e até mesmo o autismo, são doenças em alta.
E isso não é explicado apenas pelos genes. Nossos genes simplesmente não mudam tão rápido.
Pesquisas mostram consistentemente que essas mudanças na exposição precoce de micróbios estão causando o aumento dessas doenças”, diz.
Marie-Claire oferece algumas dicas aos pais que pretendem se assegurar de que seus filhos desenvolvam os micróbios necessários à saúde.
Uma delas é deixar as crianças interagirem com animais de maneira segura – e isso vale principalmente para cachorros.

Outra tarefa é ainda mais simples: parar de limpar tudo que a criança coloca na boca.