Gestão no futebol: Thiago Scuro diz por que Flamengo e Palmeiras são exemplos de organização e SAF

Thiago Scuro, do Monaco, explica por que Flamengo e Palmeiras são exemplos de gestão no futebol e como a SAF é uma questão de mentalidade e organização.

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Luciano Martins

Thiago Scuro, do Monaco, afirma que a mudança para SAF é questão de mentalidade e aponta Flamengo e Palmeiras como referência de gestão no futebol

Em entrevista ao vivo, Thiago Scuro, ex-dirigente do Red Bull Bragantino e atual responsável pelo projeto esportivo do Monaco, avaliou a transformação dos clubes brasileiros em Sociedade Anônima do Futebol, a SAF, e destacou que a real alteração necessária passa pela mentalidade e pela gestão no futebol, e não apenas pelo formato jurídico.

Para Scuro, exemplos recentes mostram que a estrutura organizacional faz diferença em campo. Sobre os clubes que já se destacam nesse movimento, ele foi direto: “Flamengo e Palmeiras têm planejamento, organização, lógica no projeto esportivo, nas decisões, é muito mais do que virar SAF”. A declaração resume a ideia de que a adoção de práticas modernas, profissionais, e um planejamento claro são determinantes para a competitividade, e para a construção de uma gestão no futebol eficiente.

Por que Flamengo e Palmeiras aparecem como referência

Scuro ressaltou que a transformação em SAF pode dar ferramentas legais e financeiras, mas que o passo decisivo é a implementação de uma cultura de trabalho, com processos, responsabilidades e clareza no projeto esportivo. Nesse ponto, clubes como o Flamengo e o Palmeiras são citados como exemplos práticos de como uma gestão organizada se traduz em resultados e consistência.

A ideia central é que a gestão no futebol não se resume a mudar documentos, ela exige planejamento de médio e longo prazo, estruturas internas que funcionem, e profissionais alinhados ao projeto. Segundo Scuro, isso explica por que algumas equipes conseguem manter um nível competitivo mais alto ao longo do tempo.

Resistências internas, e o risco de estagnação

Ao analisar clubes tradicionais que podem enfrentar mais dificuldades nessa transição, Scuro citou questões políticas internas como obstáculo. “São clubes com estruturas políticas pesadas, vão colocar resistência para que um modelo mais organizado seja implementado”, afirmou, chamando atenção para o fato de que interesses locais e práticas antigas podem atrapalhar a modernização da gestão no futebol.

O dirigente também fez uma advertência sobre a consequência de não modernizar processos, e sobre como isso afeta a qualidade do campeonato. “Nos últimos anos, têm se tornado equipes de meio de tabela. Isso não é bom para o futebol brasileiro”, disse, apontando que a falta de organização e de uma gestão no futebol moderna pode levar clubes a uma perda de competitividade e apelo internacional.

Foco no projeto europeu, e o futuro de Scuro

Além da análise sobre o cenário brasileiro, Thiago Scuro comentou sua atual etapa profissional em Mônaco, onde está no terceiro ano de um planejamento para sua carreira na Europa. Ele deixou claro que, neste momento, não foi procurado por clubes brasileiros, e que seu foco é consolidar o trabalho que desenvolve no clube europeu.

Sobre sua situação pessoal, Scuro declarou: “Estou bem em Monaco, envolvido no nosso projeto. Minha prioridade hoje é construir mais alguns passos na Europa e o futuro é impossível controlar. Tenho contrato aqui até 2028”. A fala reforça que sua visão sobre gestão no futebol é também fruto da vivência em ambientes profissionais europeus, com ênfase em planejamento e continuidade.

O que muda para o futebol brasileiro

O diagnóstico de Thiago Scuro é claro, simples, e direto: a evolução do futebol brasileiro passa por adotar práticas de gestão mais modernas, e por mudar a mentalidade interna dos clubes, mais do que simplesmente alterar a forma jurídica para SAF. A mensagem é que, sem planejamento, organização e lógica no projeto esportivo, clubes correm o risco de perder relevância, e a competitividade geral do país tende a ser afetada.

Em resumo, para quem acompanha a transformação em curso no Brasil, a lição apontada por Scuro é objetiva, e repetida: investir em gestão no futebol organizada e profissional é condição básica para que clubes voltem a brigar por títulos e voltem a crescer em valor e desempenho.