A suspensão total da entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza foi anunciada por Israel neste domingo, 2 de março de 2025, intensificando a crise na região. A decisão veio após o Hamas rejeitar a extensão da primeira fase do cessar-fogo, que terminou no sábado, 1º de março.
Organizações humanitárias alertam que o bloqueio pode agravar a escassez de alimentos, água e medicamentos, aumentando o risco de fome e doenças entre os civis. Antes do fim da trégua, a ajuda, embora limitada, era vital para aliviar o sofrimento de milhões de deslocados no enclave palestino.
O governo de Benjamin Netanyahu justificou a medida como resposta à falta de avanços nas negociações, condicionando a retomada do fluxo de bens à libertação de mais reféns pelo Hamas. A situação reflete o colapso das tratativas e coloca em xeque o futuro da população de Gaza.
O Que Aconteceu no Fim da Trégua?
O cessar-fogo, iniciado em janeiro de 2025 e mediado por esforços internacionais, incluindo o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, chegou ao fim sem acordo para a próxima etapa. Durante a trégua, dezenas de reféns israelenses e centenas de prisioneiros palestinos foram libertados, trazendo um alívio temporário ao conflito. Israel esperava que o Hamas aceitasse uma proposta para estender a pausa, cobrindo o Ramadã e a Páscoa judaica, mas o grupo palestino a rejeitou, exigindo um cessar-fogo permanente e a retirada total das tropas israelenses.
O Hamas acusou Israel de manipular as negociações, enquanto Netanyahu insiste que a continuidade da trégua dependia da libertação dos cerca de 24 reféns israelenses vivos ainda em poder do grupo. Sem consenso, as tensões voltaram a escalar, culminando na interrupção dos suprimentos.
Negociações em Xeque: Qual o Próximo Passo?
Com o fim da trégua, o futuro das conversas entre Israel e Hamas é incerto. O Hamas busca avançar para uma fase que inclua a reconstrução de Gaza e o fim definitivo da guerra, enquanto Israel prioriza a libertação de todos os reféns e a desmilitarização do grupo palestino. A proposta de Witkoff, rejeitada pelo Hamas, era vista como um esforço para manter o diálogo, mas o impasse reacende temores de novos confrontos.
Analistas sugerem que a suspensão da ajuda humanitária pode ser uma tática de pressão de Israel, mas também atrai críticas internacionais, especialmente diante da crise humanitária já visível em Gaza. A comunidade global pressiona por uma solução que priorize os civis, mas as posições rígidas de ambos os lados dificultam o progresso.
Contexto do Bloqueio e Reações
A decisão de cortar a ajuda veio após o Hamas se recusar a seguir com a extensão sugerida por Israel, que incluía mais trocas de reféns e prisioneiros. Durante a primeira fase do acordo, suprimentos essenciais chegaram a Gaza, mas o fracasso nas negociações mudou o cenário. Israel argumenta que o Hamas descumpriu sua parte, enquanto o grupo palestino insiste que as demandas de Netanyahu inviabilizam um acordo justo.
A comunidade internacional acompanha com preocupação, temendo que o bloqueio piore uma situação já desesperadora. A interrupção reflete não apenas o colapso da trégua, mas também a dificuldade de encontrar um caminho para a paz em um conflito de longa data.