Zico, o eterno Galinho de Quintino, celebra os 130 anos do Flamengo com memórias afetivas e exaltando os pilares do clube: a torcida e seus companheiros de time. Em um sábado especial, 15 de novembro de 2025, data em que o Mengão completa mais um ano de vida, o maior ídolo da história rubro-negra revisitou momentos inesquecíveis, destacou a força da torcida como o patrimônio mais valioso e até escalou seu Flamengo ideal, homenageando craques que dividiram o gramado com ele.
Em diversas entrevistas e depoimentos, Zico não apenas celebrou suas próprias façanhas, mas fez questão de reconhecer o papel fundamental de seus colegas de equipe. Um episódio particularmente curioso e que demonstra a grandeza do futebol coletivo foi compartilhado por ele: o reconhecimento de ninguém menos que Diego Maradona à marcação implacável de Andrade em um confronto épico entre Flamengo e Boca Juniors. Um elogio raro, vindo de um dos maiores gênios da história do futebol mundial.
Maradona se rende à marcação de Andrade: um reconhecimento raro
Zico sempre ressaltou a importância da parceria no meio-campo para o seu desempenho espetacular. Ao falar sobre figuras como Andrade e Adílio, o Galinho destacou a facilidade com que recebia a bola e a segurança que o setor central proporcionava para que ele pudesse brilhar.
“Eu joguei com dois ao meu lado, no meio, que eram fora de série, o Andrade e o Adílio. Esses dois eram fora da curva, facilitavam para mim. A bola chegava sempre limpa”, relembrou Zico com um sorriso nostálgico.
Ele continuou o relato, revelando a conversa com o Pibe de Oro: “O Maradona, uma vez, em um Flamengo x Boca Juniors, veio falar comigo: ‘Aquele cara que me marcou não me deu uma pancada e não me deixou jogar’. Era o Andrade.”
Este episódio, mais do que uma simples anedota, sublinha a tese de que as grandes conquistas são fruto de atuações coletivas brilhantes. Jogadores que, mesmo sem os holofotes das estatísticas individuais, tornam-se decisivos em partidas de alto nível. Andrade, neste contexto, emerge como um símbolo de uma marcação inteligente e eficaz, capaz de neutralizar até mesmo adversários de calibre mundial.
A Nação Rubro-Negra, o maior patrimônio do clube
Para além das memórias guardadas nos gramados, Zico fez questão de dedicar palavras de profundo apreço à torcida do Flamengo. Ele a definiu como o **maior patrimônio do clube**, ressaltando a **dedicação inabalável da Nação**, que acompanha o Mengão com paixão fervorosa mesmo nos momentos mais desafiadores. Essa fidelidade, segundo o ídolo, é um diferencial que coloca o Flamengo em um patamar único no cenário do futebol brasileiro.
“Para mim, o maior patrimônio que o Flamengo tem é a sua torcida. Qual é o time que, em todo jogo, tem 50, 60 mil torcedores prestigiando, apoiando em todos os momentos? É uma coisa fantástica”, declarou Zico.
Ele enfatizou a constância desse apoio: “Não é porque está ganhando que tem 60 mil, não, sabe? No momento talvez de maior dificuldade que o clube passou nesses períodos também havia 60 mil pessoas lá. E em todo jogo. É uma torcida que, quando vê que o time corresponde àquilo que ela gosta e acha que deve ser, ela vai e apoia.”
O Flamengo ideal de Zico: humildade e bom humor
Com a habitual humildade e um toque de bom humor que lhe são característicos, Zico também se aventurou a montar seu **Flamengo de todos os tempos**. Ele tomou o time de **1981**, ano da conquista da Libertadores e do Mundial, como base para sua escalação.
De forma surpreendente e brincando, Zico chegou a ceder sua própria vaga no time para o atacante Dida, sugerindo que seu papel seria o de **treinador de atacantes**, com a missão de auxiliá-los a balançar as redes adversárias com ainda mais frequência.
Neste sábado, enquanto o Flamengo se prepara para mais um desafio em campo contra o Sport, às 18h30 (horário de Brasília), pela 34ª rodada do Campeonato Brasileiro, a figura de Zico permanece como um **símbolo indeléve de toda a história do clube**. Ele é testemunha, narrador e, acima de tudo, um torcedor apaixonado. Suas lembranças reforçam a ideia de que o Flamengo é construído sobre uma memória coletiva, onde jogadores, ídolos e, especialmente, a Nação que segue lado a lado com o time, são os verdadeiros arquitetos dessa história gloriosa. A celebração dos 130 anos do clube também é marcada pela festa na Gávea, a exposição “Muros da Gávea” e a expectativa para o decisivo confronto no Brasileirão.